Oxum

Oxum - "A Mãe das Águas Doces", livro escrito por Luís Filipe de Lima e prefaciado pela coordenadora e autora da Coleção, Helena Theodoro, é uma cuidadosa pesquisa baseada na tradição oral.
Logo nos primeiros capítulos do livro, o autor se preocupa em orientar as diferenças dos cultos não só no Brasil, como também em outros países ou outras partes do continente americano, como Cuba. Localizando o caudaloso rio Oshun, na atual Nigéria e parte do Benin, como primeiro espaço do culto a Deusa das águas doces, ligada à geração.
Muito cuidadoso em sua narrativa, o autor busca destacar as características e diferenças da Orixá Oxum(e as qualidades dos seus filhos). Para isso, descreve as cores, trajes, ilekês e todo tipo de instrumentos relacionados a ela.
Considero como pontos fortes do livro duas partes específicas. A primeira dedicada aos itãs, cerca de vinte e um no total, contendo a origem das suas fontes. A segunda está direcionada ao universo das qualidades de Oxum, dezesseis no total, na qual, Lima busca listar e comparar as tradições. Como por exemplo, aquelas que aparecem no terreiro de Gantois, daquelas que surgem no batuque no Rio Grande do Sul. As informações sobre esse assunto chegam até Cuba, novamente.
O conhecimento coligido não para por aí. Há capítulos dedicados aos orikis, as oferendas (e assentamentos), as cantigas e as folhas.
Percebemos o quanto Luí Filipe Lima se esforça para registrar a pluralidade que cabe em Oxum, mas também o quanto essa yabá conjuga em si.